Ministro da Fazenda participou neste sábado (26) de congresso sobre economia em Campos do Jordão.

Por G1 Vale do Paraíba e Região

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante congresso de economia em Campos do Jordão (Foto: Divulgação/ B3)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado (26) que acredita ser "factível" a execução do plano para privatizar mais 57 ativos de controle estatal até o fim do ano de 2018. A declaração foi feita pelo ministro durante coletiva de imprensa após a participação dele no 8° Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, em Campos do Jordão (SP).

Questionado por jornalistas, o ministro afirmou que é possível executar o plano de privatização até o fim do ano que vem porque a parte mais difícil do projeto já passou.

"É factível por uma razão muito simples. O processo mais complexo é exatamente a definição das normas, das diversas áreas. Essa é uma parte bastante complexa do processo. No momento que está tudo claro, as regras são factíveis e os períodos são definidos, todos projetos definidos, é muito mais rápido o processo todo. Se demorou muito tempo para lançar porque estava se avançando nessas definições todas. No momento que está definido, tende a ser muito mais rápido.", disse.

Nesta semana, o governo federal anunciou um plano para privatizar mais 57 ativos de controle estatal. Em setembro do ano passado, já havia sido anunciada a desestatização de 34 outros projetos.


pacote de privatizações (Foto: Arte/G1)

Entre os novos ativos que serão concedidos ao setor privado estão portos, aeroportos, rodovias e a Casa da Moeda, órgão que confecciona as notas de real, além de passaportes brasileiros, selos postais e diplomas.

O ministro da Fazenda defende que as 57 privatizações governo devem ajudar país a cumprir a meta fiscal. Com as contas apertadas, o governo busca aprovar no Congresso a mudança da meta fiscal, aumentando a previsão de déficit deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões.

Eletrobras

Também durante a entrevista coletiva, o ministro da Fazenda afirmou que a intenção do governo de privatizar a Eletrobras despertou o interesse de muitos investidores e que elas devem acontecer no próximo ano.

"O que nós temos tido de interesse de investidores na Eletrobras é muito grande. Pelas avaliações que temos feito, existe o interesse e será viável sim a privatização da Eletrobrás, inclusive as privatizações estão datadas para o próximo ano. Se for decidida a Casa da Moeda ou a Lotex, também há muito interesse. No caso a Lotex tem grandes interessados", disse.


Raio x Eletrobras (Foto: Arte/G1)




Congresso de economia




O 8° Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3, reúne empresários, políticos e profissionais do mercado financeiro, debate principalmente temas relacionados a economia e política no Brasil. O congresso segue até a noite deste sábado.

Henrique Meirelles iniciou sua participação por volta das 15h45 e falou durante cerca de uma hora aos presentes. Ele destacou números de evolução da economia e de emprego e reforçou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência.

"Se nada for feito, a previdência vai ocupar 71% do orçamento em 2026. Se não houver uma reforma, a previdência ocupará cada vez mais o teto. A mensagem é que nos damos a todos os parlamentares de que é absolutamente do interesse de todos que se aprove a reforma da previdência, caso contrario teremos a violação do teto", disse.

Pela manhã, Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, participou de um painel sobre as consequências econômicas e políticas da Lava Jato ao lado do economista Eduardo Giannetti e do senador Ronaldo Caiado (DEM).

Em sua palestra, Dallagnol afirmou que "a Lava Jato sem mudanças mais profundas é enxugar gelo". Ele ainda disse que a Lava Jato é um diagnóstico do problema que o país enfrenta e espera que a operação gere resultados efetivos no combate à corrupção e na diminuição da impunidade no país.

Durante coletiva de imprensa, o senador Ronaldo Caiado, que é de partido da base do governo, disse que reforma da Previdência 'não tramitará' antes da eleição de 2018.

Ele também previu a curto prazo a aprovação do projeto para a utilização da Taxa de Longo Prazo (TLP) e substituiria a atual Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada nos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).