Desde o início da pandemia, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base (HB) presta atendimento ininterrupto a pacientes que precisam de atendimento de alta complexidade contaminados pela covid-19. Em um ano de serviço, o HB conseguiu atender 633 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e que também enfrentam doenças graves como o câncer ou são imunossuprimidas.
Atualmente, há 20 leitos de UTI, todos com suporte ventilatório, para esses pacientes em estado grave. Ao todo, eles são assistidos por 73 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas.
“Tratamos no Base aqueles com um perfil de prioridade muito maior, devido à gravidade. Por isso, o cuidado exigido é grande e o tratamento pode não ter o mesmo êxito do que o de outras pessoas”, observa o chefe da UTI, Belchior Oliveira Júnior.
Essa complexidade exige que os profissionais de saúde avaliem, periodicamente, o quadro clínico dos pacientes. “Todos os dias, é feito um levantamento das condições fisiológicas dos internados e exames para saber como eles estão”, diz o médico.
O objetivo principal é garantir a reabilitação dos acamados. “Buscamos sempre a resposta de estímulos, para encaminhá-los o mais rápido possível à Unidade de Cuidados Prolongados, onde eles vão se reabilitar”, acrescenta Belchior.
Encaminhamento dos pacientes
O fluxo de demanda para o Hospital de Base é feito pela Gestão de Leitos, regulada pela Secretaria de Saúde. “Quem chega à UTI Covid do HB são pessoas que necessitam de aparelhos e suporte intensivo para manter o organismo o mais próximo do ideal”, explica Matheus Henrique de Sousa, chefe do Núcleo de Enfermagem da Emergência.
Assim que o paciente recebe alta da UTI, ele pode ser transferido para o serviço de reabilitação oferecido no Hospital de Base, voltado a quem apresenta sequelas da covid-19. O projeto é chamado Reab Pós Covid-19, executado desde novembro em parceria com o Hospital Sírio-Libanês e o Ministério da Saúde.
Alerta para a sociedade
“Todas as medidas sanitárias devem continuar até que toda a população seja vacinada”, ressalta o chefe da UTI Covid, Belchior Júnior. Em um ano de pandemia, o médico avalia que, hoje, os profissionais de saúde se sentem mais seguros para tratar a doença devido a um maior conhecimento, porém, ele reforça que o tratamento continua difícil. “Assim como a agressividade da doença”, diz.
O pedido que ele faz à sociedade é de que todos se cuidem, para evitar a transmissão do vírus e, consequentemente, diminuir os casos. “O cansaço é grande. A gente fez um ano de pandemia, e a doença é a mesma, mata do mesmo jeito”, alerta. “Mesmo assim, as pessoas insistem em menosprezar a sua gravidade”, lamenta.
Texto: Thaís Umbelino
Fotos: Davidyson Damasceno/Ascom Iges-DF
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