A presidente da CPI, Telma Rufino, assumiu o cargo afirmando que a Comissão "não será usada como palanque político para nenhum parlamentar".

A Câmara Legislativa do Distrito Federal instalou na tarde desta terça-feira (5) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o crescente número de feminicídios. A CPI do feminicídio será presidida pela deputada Telma Rufino (PROS) e terá como vice-presidente o deputado Cláudio Abrantes (PDT), eleitos por unanimidade pelos integrantes do colegiado. O relator dos trabalhos da Comissão será o deputado Fábio Felix (Psol), indicado pela presidente.

Também integram a CPI como membros titulares os deputados Arlete Sampaio (PT) e Eduardo Pedrosa (PTC). Os suplentes são os deputados Roosevelt Vilela (PSB), Chico Vigilante (PT), Martins Machado (Republicanos) e Leandro Grass (Rede). A primeira reunião de trabalho já foi convocada para a próxima quinta-feira, às 14h.

Os trabalhos da CPI terão a duração de 180 dias, prorrogáveis por igual período. Telma Rufino assumiu o cargo afirmando que a CPI "não será usada como palanque político para nenhum parlamentar". A distrital disse que sua mãe foi vítima de violência doméstica por 20 anos e não saiu de casa porque não tinha condições de cuidar dos seis filhos. Rufino informou que pretende focar em ações de prevenção ao feminicídio, com ações junto a crianças e adolescentes. "Não adianta fazer CPI para parlamentar aparecer, temos que tocar para frente e prevenir o feminicídio", assinalou.

Estrutural – O relator, deputado Fábio Felix, lamentou a demora de "55 dias" para a instalação da CPI e ressaltou o esforço do presidente da Casa, deputado Rafael Prudente (MDB), na efetivação da comissão. Para ele, a CPI é o principal instrumento para pressionar todos os segmentos da sociedade para enfrentar o problema. "O fato é que as mulheres não se sentem seguras. Sabemos que a solução não será rápida, pois o feminicídio é consequência de uma questão estrutural de nossa sociedade, como o machismo", analisou Felix. O relator também apontou a necessidade de se entender quais são os gargalos nas políticas públicas e a rede de serviços disponíveis para as mulheres do DF.

O deputado Eduardo Pedrosa parabenizou a presidente pela eleição e disse que "temos que fazer esforços para evitar este crime, que está virando uma epidemia".

Luís Cláudio Alves
Fotos: Carlos Gandra/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa