Nos últimos cinco meses, mesmo sem olhar para trás, o gestor Francisco Araújo, diretor-presidente do IGESDF/Hospital de Base, trabalha ao lado de uma equipe de gestores para mudar a história de caos na saúde pública do DF e contribuir para dotar uma nova configuração ao sistema que seja inclusivo, resolutivo e humanizado
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Após dez anos sem evoluir, os hospitais de excelência do DF, entre eles o gigante Hospital de Base, deixaram de ser destaques entre os melhores hospitais do Brasil e chegaram ao final de 2018 afogados no caos.
Mas essa história começa a mudar a partir do Hospital de Base, nestes últimos cinco meses de uma nova gestão comandada pelo gestor em saúde pública, Francisco Araújo, presidente do Instituto de Gestão de Saúde do Distrito Federal (IGESDF).
“O Hospital de Base, da maneira que ele é gerido hoje, é a maior novidade com destaque de gestão eficiente dentro da saúde pública no país. Ninguém em todo o Brasil contratou tantos profissionais da área em poucos meses. Foram mais de duas mil pessoas”, disse Frâncico Araújo durante uma entrevista coletiva a blogueiros concedida nesta quarta-feira (19).
Ele destacou que neste curto período do governo Ibaneis, o IGESDF reformou seis aparelhos de saúde, como as Upas, busca resolver até o final do ano o grave problema na rede elétrica do hospital e investe no treinamento de pessoal para humanizar o atendimento e na comunicação interna e e externa com a população.
“Com a exceção do renomado médico e gestor Jofran Frejat, que foi quatro vezes secretário de Saúde do Distrito Federal e criador de um sistema que até a pouco tempo era uma referência nacional, eu estudei e me aprofundei para descobrir as causas do péssimo diagnóstico que afetou, por quase uma década, o sistema de saúde do DF”, disse Francisco Araújo.
Ele avaliou que governos que cometeram erros no passado e que apesar dos esforços feitos por alguns gestores da pasta da saúde, no entanto não conseguiram evitar que ela caminhasse a passos largos para a UTI.
“O reflexo disso está nas filas que ainda se formam a frente dos hospitais e que este governo gradativamente vem diminuindo. O fato é que a saúde pública do DF, ao invés de evoluir para padrões minimamente aceitáveis, agonizou e chegou a uma situação lamentável”, apontou.
O gestor disse que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) possui um volume de recursos em torno de R$ 8 bilhões. Destes, aproximadamente, R$ 5 bilhões são gastos com folha de pagamento de pessoal. São cerca de 35 mil servidores divididos em 600 equipes de saúde da família, seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 16 hospitais, entre outras estruturas.
“Temos recursos, temos pessoal, temos estrutura. Como fazer uma saúde pública de qualidade com os recursos, o pessoal e a estrutura que temos?”
Para que os resultados produzam impactos positivos na vida da população,segundo ele, é fundamental uma gestão arrojada, eficiente e baseada em pilares sólidos, que priorizem a racionalização dos recursos financeiros e humanos, bem como a melhor e mais eficaz otimização das estruturas físicas existentes.
Nestes seis meses do ano em curso, o governador Ibaneis Rocha colocou a saúde como a principal prioridade do seu governo.
“ Ao invés de se lamentar e ficar criticando seus antecessores, Ibaneis arregaçou as mangas e começou a trabalhar” pontuou.
Francisco Araújo afirmou que o novo governo montou uma equipe de técnicos para comandar a Secretaria de Saúde e enviou à Câmara Legislativa do DF o projeto de lei propondo a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal.
A nova estrutura passou a gerir não apenas o Hospital de Base, mas também as seis UPAs existentes no DF e o Hospital Regional de Santa Maria.
“O modelo de gestão do instituto está sendo aprimorado, mas os resultados já são visíveis. Se for feita uma pesquisa, e creio que o governo fará isso no final do ano, os dados vão revelar que houve avanços significativos em relação a situação passada”, acredita.
Na opinião do gestor do Hospital de Base, a transparência na gestão da saúde pública e o cuidados com a aplicação do dinheiro público além da humanização do atendimento, são os ingredientes primordiais para obter bons resultados com eficiência.
Ele destacou o processo em curso para a informatização da folha de pagamento que proporcionará redução de gastos e dará mais transparência na aplicação de cerca de R$ 5 bilhões de reais que são pagos, anualmente, para os 35 mil servidores ativos e inativos.
Francisco Araújo disse ter consciência de que, com transparência, a comunicação direta com a população e a informatização dos processos de gestão, o sistema de Saúde do DF , alcançará um patamar mais elevado.
“Ingressaremos em um novo tempo, onde usuários e trabalhadores da saúde terão melhores condições de atendimento e de trabalho, respectivamente. Muito ainda tem que ser feito, mas temos convicção que, pouco a pouco a saúde do DF está mudando para melhor”, pontuou.
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