Funcionários da Novacap plantando mudas de plantas no canteiro que liga a W3 Norte à W3 Sul (Foto: André Borges/Agência Brasília)
Previsão do órgão é de gastar menos de R$ 25,94 milhões com aquisição. Hoje, funcionários recebem reembolso de R$ 540 para ajuda de custos

Por Gabriel Luiz do G1 DF – Responsável pela manutenção do Distrito Federal, a Novacap abriu licitação para escolher um plano de saúde corporativo para os funcionários e dependentes. A previsão da companhia é de gastar R$ 25,94 milhões com a aquisição.


A Novacap disse ao G1 que desde 2010 paga uma média de R$ 540 para ajudar os 2,2 mil funcionários com gastos em saúde. Hoje, os trabalhadores podem escolher qualquer plano, mas devem encaminhar um comprovante das despesas médicas à Novacap.

Com o novo plano, previsto em acordo coletivo, a Novacap quer reduzir o montante que cada funcionário tem hoje de pagar para complementar o valor do plano de saúde. Segundo a companhia, o dinheiro para contratar o plano vem da contribuição de cada funcionário.

“Esse valor [R$ 25,94 milhões] é o inicial da licitação. A expectativa é de que o valor caia ainda mais durante a licitação”, informou a Novacap. Empresas interessadas em concorrer têm até as 9h desta segunda-feira (7) para apresentar proposta.

O montante representa cerca de 40% dos R$ 60 milhões que o governo diz que vai investir em contratos de manutenção de equipamentos hospitalares. Uma auditoria do Tribunal de Contas constatou que apenas 20% dos equipamentos médico-hospitalares de 11 unidades da rede pública de saúde do DF têm cobertura para manutenção e que mesmo os itens com revisão amparada por contrato “ficam parados por meses”.

Para a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, é legítimo que os servidores da Novacap tenham plano de saúde, mas o governo poderia aplicar melhor o dinheiro.

“Quando se considera o bem coletivo, é dinheiro suficiente para fazer manutenção de equipamento que dá para atender milhares de pessoas. Estão usando um valor tão alto para um grupo de pessoas selecionadas”, afirmou Marli.

UTI neonatal no Hospital Regional de Ceilândia (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)
Auditoria

O Tribunal de Contas calcula que há 86 processos de manutenção parados. A rede pública de saúde do DF dispões de 100 mil equipamentos do tipo. Segundo a Secretaria de Saúde, 71% dos equipamentos “estão com processo de contratação de manutenção em andamento” e “questões pontuais de falhas nos aparelhos são resolvidas por meio de procedimentos mais céleres”.

Em inspeção no Hospital de Base, membros da CPI da Saúde do Distrito Federal encontraram na última segunda-feira (31) equipamentos de diagnóstico parados e sem manutenção. Entre as máquinas, havia um tomógrafo desmontado e isolado em uma divisória sem porta ou qualquer outro acesso.

O diretor do hospital, Júlio César Ferreira Júnior, afirmou que vai apurar se o tomógrafo tem condições de ser remontado e por que ele está mantido de forma “escondida”. No entanto, ele negou a denúncia do sindicato de que os aparelhos estejam em perfeitas condições de uso, sendo “afastados” para deslocar os atendimentos para a rede privada.