No dia da estreia da seleção masculina de futebol na Rio 2016, no Estádio Mané Garrincha, a Polícia Civil garantiu que todas as delegacias da cidade estariam funcionando, ontem. Na prática, no entanto, quem procurou uma das unidades para registrar ocorrência se deparou com agentes de braços cruzados. Flagrantes e casos graves também não foram atendidos pela corporação. Enquanto isso, vários crimes que foram acompanhados pela Polícia Militar ficaram sem desfecho.

Apesar de a Justiça ter decretado a ilegalidade da paralisação de 48 horas, a classe ignorou a decisão. Os policiais alegaram que o sindicato da categoria não foi notificado formalmente. Uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira.

Pouco antes do jogo olímpico, os agentes fizeram uma manifestação na entrada da arena. Em seguida, o grupo se dividiu entre as delegacias. Eles fizeram uma barreira em cada unidade para impedir a entrada da população.

A PCDF reivindica isonomia salarial com a Polícia Federal e melhoria nas condições de trabalho. Há 17 anos na corporação, Paulo Sandro Almeida, 48 anos, confirmou que a categoria estava parada ontem para defender um direito “legítimo”.

“As delegacias não estão fechadas, mas também não estão funcionando. Nenhuma ocorrência será feita, nada. Mais cedo, nosso protesto foi pacífico. Nossa intenção era mostrar para a sociedade que a PCDF está insatisfeita. Para nós, a decisão judicial foi política”, afirmou o policial civil.

Saiba Mais

A categoria pede 37 por cento de reajuste. Em uma primeira proposta, o GDF ofereceu 7 por cento em outubro de 2017; 10 por cento em outubro de 2018; e mais 10 no mesmo mês de 2019.

No mesmo dia, em nova negociação, mais duas propostas foram feitas. Uma ofertava 23 por cento em agosto de 2017; 4,75 por cento% em janeiro do ano seguinte; e 4,5 por cento em janeiro 2019.

A outra previa 10 por cento em janeiro de 2017; 13 por cento em agosto de 2017; 4,75 por cento em janeiro de 2018; e 4,5 por cento em janeiro de 2019.