Chefe da Casa Civil Sérgio Sampaio

Segundo presidente do Sindepol, cem delegados devem entregar o cargo nesta terça. Governo anuncia que o rombo é de R$ 1 bi para 2016

O Governo de Brasília não vai dar o reajuste salarial pedido pela Polícia Civil. O Palácio do Buriti escalou o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, para dá a notícia ruim.

Durante coletiva a imprensa, o governo afirmou, ainda, que tem o rombo nos cofres públicos será de R$ 1 bilhão até dezembro.

A Polícia Civil pede equiparação com o reajuste da Polícia Federal, concedido pelo governo federal.

Os policiais civis estão em operação-padrão desde o dia 4 de julho, cobrando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

A cartilha distribuída pelo sindicato prevê que os agentes ajam estritamente pelas regras da corporação, sem horas extras ou operações com guarnições menores que o recomendado.

“Nós dissemos à Polícia [Civil] que, para prosseguirmos nas negociações e fazermos uma proposta concreta, nós precisaríamos ver primeiro quais receitas conseguiríamos adicionar ao orçamento do DF. A partir daí, nós poderemos fazer proposta”, disse Sérgio Sampaio.

Sérgio Sampaio não sugeriu de onde poderiam vir essas “receitas adicionadas”.

O chefe da Casa Civil também afirma que o governo gasta 81% de toda a receita bruta para honrar a folha de pagamento e, por isso, não seria viável aumentar as despesas neste momento.

Em 2015, o mesmo argumento foi utilizado para adiar os reajustes prometidos pela gestão Agnelo aos servidores públicos.

“Seria irresponsabilidade, porque a cidade iria parar. Aí, os serviços mais básicos não vão poder ser atendidos. Para conceder novos reajustes você vai ter que escolher onde vai cortar. Estamos nessa situação. Não há folga”, disse o chefe da Casa Civil.


Reunião com o Sinpol e Sindepol

Antes da coletiva, Sérgio Sampaio deu a notícia diretamente aos representantes dos sindicatos de policiais civis (Sinpol) e delegados (Sindepol). A reunião aconteceu no próprio Palácio do Buriti

O presidente do Sindepol, Rafael Sampaio, chiou e classificou a discussão como “dura” e disse que a categoria não tinha enfrentado situação parecida em outros anos.

“O governo disse que não tem nenhum centavo para dar reajuste pra gente no ano que vem. O mínimo que a gente esperava seria a manutenção da paridade, que é 37% [parcelados] até 2019. A instituição vai viver o caos por conta da falta de sensibilidade do GDF”, disse.

Segundo Rafael Sampaio, cem delegados devem entregar o cargo nesta terça (16).

Na sexta-feira (12), o governador Rodrigo Rollemberg foi recebido pelo o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, em busca de saídas para aumentar a arrecadação.

Segundo a Casa Civil, nenhuma conclusão foi alcançada até o momento.

“O presidente Temer não nos prometeu nada, mas disse que ia levar o assunto para ser tratado com sua equipe econômica. Nós aqui também estamos vendo junto à Câmara Legislativa, em outras ações de governo, o que poderia resultar em aumento de arrecadação”, disse Sampaio.