Ministério da Saúde apoia pesquisa que irá medir o nível de imunização da população brasileira ao coronavírus.
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Cinquenta e três dias depois de confirmar a primeira morte pelo novo coronavírus, o país perdeu, até esta sexta-feira (8), 10.020 brasileiros mortos por complicações da nova doença, segundo apuração da CNN com as secretarias estaduais.
Entretanto, a voracidade com que a pandemia, que não tem tratamento, cura ou vacina, avança sobre os brasileiros não dá sinais de que vai perder a força. Pelo contrário.
Sua trajetória vem se acelerando e aumentou a velocidade 37% de quinta para sexta. O número foi atingido no dia em que 830 mortes foram registradas pela OMS, com dados tabulados pela universidade Johns Hopkins. O país atingiu 146.973 infectados. Com a subnotificação, esses números estão muito abaixo da realidade.
Nesta pandemia em que “navegamos às cegas”, como já afirmou o ministro da Saúde Nelson Teich, o Brasil é o país que menos conhece sua própria curva. Até 6 de maio, o país realizou somente 311 mil exames para o coronavírus desde o início da epidemia.
Para termos um parâmetro, a Alemanha realiza 500 mil testes por semana. Dos oito países com maior quantidade de casos no mundo, o Brasil é o que está em pior situação em relação ao número de testes por mil habitantes. Itália (38,3 por 1000), Alemanha (32,8 por 1000) e Rússia (31,7 por 1000) apresentam os indicadores mais altos, segundo o Observatório Covid-19 BR em nota técnica divulgada ontem.
O Brasil mantém ainda o 2º lugar na velocidade de infectados e mortos e está na 6ª posição nos mortos totais.
Com seu rastro esfriando a cada dia em meio à falta crônica de testes e atrasos e filas dos que são feitos, a Covid-19 se espalha em silêncio, antes dos sintomas. Ela se interioriza, já circula em municípios onde mora 85% da população e alcança pessoas cada vez mais distantes da chance de receber suporte respiratório caso tenham seus pulmões interditados pelo vírus.
Seis estados do Brasil têm 90% ou mais de ocupação em suas UTIs, o que os coloca muito próximos do colapso no sistema de saúde.
Muitas vítimas perderam suas vidas sufocadas, sozinhas, sem direito a uma despedida afetuosa dos familiares. Ao lado destas há outros tantos que também perderam a vida, mas com uma angústia a mais: não tiveram nem a oportunidade de integrar as estatísticas de morte por Covid-19. As famílias ficaram sem a certeza de se tinham ou não a nova doença.
Esses casos são os casos de mortos com suspeita de Covid-19, mas enterrados com registro de pneumonia, gripe, síndrome respiratória aguda grave, com o teste para o novo vírus ainda por sair.
De fevereiro a maio, foram 12% a mais de mortos por insuficiência respiratória do que o ano passado. De pneumonia, 6% a mais, segundo dados dos cartórios, que chegam com um atraso de no mínimo 14 e até hoje atualizam registros ainda de 2018.
Enterrados em grupo, às vezes à noite, caixão fechado e 10 minutos de sepultamento, algo totalmente fora das tradições, seja em valas comuns ou em cemitérios prestes também a colapsar em capacidade. Assim perdemos 10 mil brasileiros.
*Com informações da CNN
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