Paralisação de metroviários começou nesta quinta. Categoria reivindica reajuste salarial pelo INPC e manutenção do acordo coletivo de trabalho que venceu em abril.

Por G1 DF

Passageiros aguardam abertura dos portões do Metrô-DF, na Rodoviária do Plano Piloto, nesta quinta-feira (2) — Foto: TV Globo/Reprodução

As estações do Metrô no Distrito Federal voltaram a ser abertas às 16h30 desta quinta-feira (2). Os trens, no entanto, só devem funcionar até 21h30. Desde a 0 hora, os metroviários estão em greve na capital.

Quando os portões das estações foram reabertos, já havia fila de passageiros esperando para voltar para casa. Durante a manhã, o Metrô circulou até as 10h30. A empresa decidiu que o serviço será oferecido apenas nos horários de pico – no começo e no fim do dia.

Dessa forma, enquanto durar a greve, os trens funcionarão nos seguintes horários:

De segunda a sexta: das 5h30 às 10h30 e das 16h30 às 21h30
Sábado: das 5h30 às 10h30 e das 14h30 às 19h30
Domingo: sem operação

De acordo com o sindicato, a categoria reivindica o cumprimento de sentenças judiciais que ainda não foram cumpridos pela empresa. Entre elas, estão o reajuste dos salários dos servidores pelo INPC e a manutenção do acordo coletivo de trabalho que venceu em abril (veja detalhes abaixo).

Portões da Estação Central do Metrô-DF abrem às 16h30, nesta quinta-feira (2), durante paralisação dos metroviários — Foto: TV Globo/Reprodução

Problemas em Ceilândia

Passageiros que embarcaram em direção a Ceilândia, no fim da tarde, reclamaram que os trens foram somente até a Estação Praça do Relógio, em Taguatinga. Segundo o Metrô, a circulação dos trens a parir dali foi interrompida porque a estação seguinte – Onoyama – que não foi inaugurada, ficou alagada por causa da chuva.

O problema ocorreu entre 17h40 e 18h10, de acordo com a companhia. Depois disso, o trajeto entre a Praça do Relógio e Ceilândia foi retomado.

Alagamentos também causaram problemas em várias pistas do DF

Faixas exclusivas e mais linhas de ônibus

Em razão da greve dos metroviários, as faixas exclusivas para os ônibus foram liberadas para carros de passeio.

A faixa da EPNB está liberada 24 horas por dia enquanto durar a paralisação
Na W3 Sul e Norte e no Setor Policial Sul, as faixas também estão liberadas
Na EPTG, a operação dos ônibus na faixa reversa e a liberação da 4° faixa para os veículos leves no sentido da via irá funcionar normalmente nos horários de pico: das 6h às 9h e das 17h30 às 19h45. Nos demais horários, ela permanece exclusiva para ônibus.

O DFTrans também colocou linhas extras de ônibus para atender as regiões de Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Guará e Samambaia Norte e Sul. Ao todo, são 52 veículos a mais.

A operação será acompanhada e, caso necessário, ajustes poderão ser feitos na operação de reforço das linhas, afirmou o governo.

Veja aqui quais as linhas de ônibus foram reforçadas

A greve

A assembleia que deu início à greve dos metroviários no Distrito Federal foi realizada na noite de quarta-feira (1º) na Praça do Relógio, em Taguatinga. A decisão pela paralisação obteve 186 votos favoráveis e 73 contrários.
A principal reivindicação é a manutenção do acordo coletivo de trabalho que venceu em abril e é assinado de dois em dois anos.

Os sindicato pede ainda o cumprimento de sentenças judiciais, como o reajuste dos salários dos servidores pelo INPC. Além disso, a entidade quer um acordo para que a jornada de trabalho dos pilotos mude oficialmente de 8 horas para 6 horas diárias.

Por causa da greve do Metrô no DF, as estações fecharam às 10h30 desta quinta-feira (2) e só reabriram às 16h30 — Foto: Maria Ferreira/G1

Os pilotos já cumprem a jornada de 6 horas, mas segundo o sindicato, isso não está formalizado no contrato de trabalho deles. Os representantes dos metroviários disseram que "falta apenas boa vontade do governo para atender às reivindicações".

A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) divulgou nota lamentando a greve "apesar dos esforços do governo do Distrito Federal em realizar um acordo que evitasse a paralisação, atendendo à solicitação do sindicato em manter o Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2019, na íntegra, até 2020."

Segundo o Metrô, o serviço será mantido "com o mínimo de trens previstos para o horário de pico que possa garantir a segurança dos usuários e funcionários, de maneira que seja possível minimizar os transtornos decorrentes deste movimento".