De quatro projetos inscritos na seleção dos representantes do DF, dois são da rede pública de ensino. Protagonismo no âmbito escolar é o tema defendido por Milena Carvalho, do Centro Educacional 104.

Com campanha em redes sociais e divulgação em salas de aula, estudantes de escolas públicas do Distrito Federal buscam vaga para serem representantes locais no Parlamento Juvenil Mercosul (PMJ).

São quatro adolescentes pré-selecionados para a câmara de discussão integrada à organização intergovernamental Mercado Comum do Sul (Mercosul).Aluna do Centro Educacional 104, Milena Carvalho, de 16 anos, concorre a uma vaga para representar o DF no Parlamento Juvenil Mercosul com iniciativa que prevê aulões de disciplinas regulares ministrados pelos estudantes em parceria com professores. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

As eleições vão de 26 a 30 de novembro, apenas pelo site do PJM.

Podem votar alunos de 14 a 18 anos da rede pública de ensino, e o resultado está previsto para 10 de dezembro.

O Parlamento Juvenil Mercosul propõe a participação de adolescentes na elaboração de propostas para fortalecer a educação dos países-membros.

Dos 108 pré-candidatos — quatro de cada unidade da Federação —, serão escolhidos apenas um representante de cada uma delas. Assim, ficará formada a delegação brasileira com 27 integrantes.

Esta será a quinta edição do processo seletivo, que estabelece mandato de dois anos para todos os eleitos. Nesse período, eles deverão construir a Declaração do Parlamento Juvenil e propostas para discussões relacionadas ao tema O ensino médio que queremos.

108 Número de pré-candidatos em todo o Brasil ao Parlamento Juvenil Mercosul

Uma das concorrentes de Brasília é Milena Carvalho de Luna, de 16 anos, estudante do Centro Educacional 104, do Recanto das Emas.

A iniciativa dela, Protagonismo estudantil no âmbito escolar, prevê aulões — ministrados pelos estudantes, em parceria com os professores — de disciplinas regulares, como português e matemática, e de regras do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Programa de Avaliação Seriada (PAS), da Universidade de Brasília (UnB).

Com isso, segundo Milena, pretende-se uma maior integração da comunidade escolar. “Esse contato mais próximo entre os alunos derruba barreiras, principalmente aqueles existentes entre as séries iniciais, como o primeiro e o segundo anos, e a série final, o terceiro ano. Assim, cria-se um ambiente escolar mais saudável, com estudantes mais unidos e turmas mais unidas”, defende.

Para tornar conhecida a proposta, a estudante se vale das redes sociais e dos grupos de mensagens instantâneas. “Distribuo um flyer que eu mesma criei para a campanha e, a partir desta semana, vou percorrer as escolas do Recanto das Emas para explicar como serão os aulões”, adianta.
Projetos devem estimular o protagonismo dos estudantes

No DF, além de Milena, concorre pela rede pública de ensino distrital Caio Igor Alves Lima, de 16 anos, do Centro Educacional São Bartolomeu, em São Sebastião. O estudante se baseia na proposição de soluções para problemas da cidade como forma de incentivar o raciocínio lógico e o vocabulário dos alunos.

“Percebo que é muito comum entre os alunos a dificuldade de formular ideias, o interesse pela leitura”, diz Caio. Dessa forma, o projeto O ensino médio que queremos: compartilhando experiências e saberes sugere aos participantes observar por quais dificuldades passa a comunidade em que estão inseridos e como elas poderiam ser sanadas.Caio Igor Alves Lima, de 16 anos, do Centro Educacional São Bartolomeu, em São Sebastião. Proposta dele para o PJM baseia-se na proposição de soluções para problemas da cidade como forma de incentivar o raciocínio lógico e o vocabulário dos alunos. Foto: Renato Araujo/Agência Brasília

Em uma segunda etapa, os adolescentes buscam o poder público — administração regional, conselhos comunitários, entre outras instâncias — para as devidas providências.

“A cidade é um ponto de partida para conhecermos mais as características do País, outras culturas”, explica.

Para divulgar a ideia, o aluno conta com a colaboração dos colegas. “Eles têm me apoiado muito. A partir da semana que vem, pretendo visitar os outros colégios de São Sebastião para contar do meu e dos outros projetos que estão concorrendo, que também são muito bons”, avalia.

Na avaliação do coordenador de Políticas Educacionais para Juventude e Adultos, da Secretaria de Educação do DF, Antônio Carlos do Patrocínio, a adesão do estudante é conquistada justamente pela participação ativa nos processos de aprendizagem.

“É isso que garante uma educação mais efetiva. Para essa etapa [ensino médio], as ações devem privilegiar a participação e o protagonismo do aluno.”

Pela rede federal de ensino concorrem Ivanov Machado dos Santos, do Instituto Federal de Brasília (IFB), e Sunamita Garcia Izidro, do IFB Riacho Fundo I.

Os países-membros do Mercosul são: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela (suspenso desde 2016).

Eleições Parlamento Juvenil Mercosul
De 26 a 30 de novembro
Pelo site do PJM

Fonte: Agência Brasília