Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia
Falta de transporte, hospital, escola e comércio estão entre queixas constatadas pela Codeplan.

Os residentes do Paranoá Parque vivem um impasse: ao mesmo tempo que estão satisfeitos com a moradia que conseguiram, reclamam da falta de serviços públicos na região. Isso é o que mostra a Pesquisa de Satisfação dos Beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida – Paranoá Parque, realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e divulgada nesta quinta-feira (28). Os mesmos moradores que avaliam a moradia atual com uma nota 6,5 – em uma escala que vai até 7 – dão nota 1,8 quando o quesito é facilidade em conseguir uma vaga numa escola próxima, por exemplo.

Segundo a professora Ana Maria Nogales, diretora de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, o resultado já era esperado, uma vez que, segundo ela, não foi prevista a instalação de serviços públicos na região. “Ainda há, por exemplo, falta de transporte, a gente vê ausência de creches, escolas… mas quando perguntam, as pessoas gostam do local”, afirma.

O levantamento revela que, quando os moradores comparam a residência anterior com a atual, 88% afirmam que a proximidade com serviços de comércio piorou. Quase 80% dizem que as paradas de ônibus e os postos de saúde estão mais longe.

Problema e solução

Elenildo da Silva, 41, se encaixa no perfil da pesquisa. Ele saiu de Santa Maria para morar no Paranoá Parque e se diz satisfeito com o local. “É melhor ficar pagando o que é da gente do que pagar aluguel e não ver mais o dinheiro.”, compara. No entanto, quando o assunto passa a ser o comércio da região, ele desanima: “Tudo que precisa tem de ir para o Paranoá, porque de comércio só tem umas vendinhas aqui, não tem mercado.”

O casal Aline Fernanda, 28, e Ângela Josina, 42, também reclama da falta de opções de compra. “Não tem uma farmácia”, lamenta Ângela. As críticas, no entanto, não param por aí: segundo elas, o policiamento não é bom. “A gente quase não vê polícia passando. Quando vem é depois da ocorrência. Aí não adianta”, criticam. O transporte também deixa a desejar, de acordo com Aline: “Não passa ônibus”.
Aline reclama da falta de opções de compra, como farmácias. / Foto: Kléber Lima/ Jornal de Brasília

Versão Oficial

O DFTrans informou que, a partir deste sábado, linhas que atendem ao Paranoá Parque terão o itinerário alterado. Já a Secretaria de Saúde informou que, no início do segundo semestre, entrará em funcionamento a Unidade Básica de Saúde nº 3. Sobre o comércio, a Administração do Paranoá disse que existe um empreendimento em andamento, chamado Shopping Paranoá, e a licitação de 27 quiosques está em fase de conclusão. As secretarias de Educação e de Segurança não emitiram posicionamento até o fechamento da reportagem.