Para atender os moradores do Sol Nascente atingidos pelas fortes chuvas de quarta e quinta-feiras (2), o governo de Brasília montou uma força-tarefa nesta sexta-feira (3). Representantes das secretarias e dos órgãos responsáveis pela infraestrutura e pelo apoio à região vistoriaram as principais áreas afetadas.A secretária de Projetos Estratégicos, Maria de Lourdes Abadia, e o secretário das Cidades, Marcos Dantas, durante os trabalhos no Sol Nascente nesta sexta-feira (3). Foto: Andre Borges/Agência Brasília
O secretário das Cidades, Marcos Dantas, explicou que o trabalho feito, de início, consistiu em limpar a sujeira, como lixo e lama, trazida pela chuva. “Há várias ligações clandestinas que ocasionam esses problemas. Ontem, tiramos um pneu de uma das redes de esgoto que estava obstruída”, observou.
O Executivo local reforçou a atenção às áreas atingidas com equipes e maquinário, parte dele já existente no local, que passa por amplo processo de urbanização. Desde meados de setembro, o número de máquinas que executam as obras no Sol Nascente passou de 25 para 38.
A orientação de governo é dar prioridade ao restabelecimento da normalidade na região, segundo Dantas. “Além da força-tarefa, o governo desenvolveu um comitê de crise para priorizar a atenção a essa área. Ainda reforçamos o número de máquinas”, apontou.
A formação geográfica, segundo explicou o secretário, influencia no andamento das obras e no resultado de problemas com a chuva. “Isso aqui era um berçário de nascentes do passado e jorra muita água em toda essa região”. Ele afirmou, porém, que, apesar das dificuldades, os desafios têm sido solucionados.
Além da força-tarefa, o governo desenvolveu também um comitê de crise para priorizar a atenção a essa áreaMarcos Dantas, secretário das Cidades
As áreas mais afetadas foram os Trechos 2 e 3, onde os trabalhos ainda não estão concluídos. “No Trecho 2, estamos com diversas obras, asfaltando as ruas. O Trecho 3 ainda não teve a intervenção do governo, e toda a água de Ceilândia é jogada para essa parte”, descreveu o secretário.
O Trecho 1 do Sol Nascente recebeu as melhorias e teve a urbanização concluída. As obras de drenagem do Trecho 2 estão 60% executadas, e as do Trecho 3 começaram em setembro.
Para o secretário de Infraestrutura, Antônio Coimbra, o efeito da chuva poderia ter sido pior se não houvesse as ações do governo. “O Trecho 1, por exemplo, não teve problema”, disse.
Além de Dantas e Coimbra, acompanharam a inspeção no Sol Nascente a secretária de Projetos Estratégicos, Maria de Lourdes Abadia, e o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Júlio Menegotto.
Atendimento a famílias
Nos dois dias de chuva, a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos atendeu 14 famílias que tiveram as casas danificadas.
Para sete delas, foi solicitado o benefício vulnerabilidade (até seis parcelas de R$ 400 por mês) e o excepcional — o aluguel social, de até 12 parcelas de R$ 600 mensais.
Uma casa foi demolida para dar mais segurança aos moradores ao redor. A Defesa Civil montou uma tenda para prestar os primeiros apoios às famílias. Essas pessoas estão em casas de parentes.
O Condomínio Sol Nascente recebe, desde 2015, asfalto, redes de águas pluviais e equipamentos públicos diversos. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, a urbanização do local vai beneficiar cerca de 95 mil moradores.
No Trecho 1, há obras de infraestrutura que englobam a conclusão de 25,2 quilômetros de redes de drenagem; cinco lagoas de detenção; e a pavimentação de 304,9 mil metros quadrados de vias, de 7 metros de largura, o equivalente a 44 quilômetros.
As intervenções no Trecho 2 compreendem a execução de 30,3 quilômetros de redes de drenagem, a construção de três lagoas de retenção, além da pavimentação de 493,5 mil metros quadrados de vias, o equivalente a 70 quilômetros de vias de 7 metros de largura.
No Trecho 3, o contrato prevê 21,3 quilômetros de redes de drenagem, três lagoas de retenção e 450,5 mil metros quadrados de pavimentação.
No total, são investidos R$ 220,3 milhões em benfeitorias no setor habitacional. Os recursos são originários da Caixa Econômica Federal (75%), com contrapartida do governo de Brasília (25%).
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