Uma das estruturas preparadas para a especialização de futuros profissionais é a Unidade Básica de Saúde 7, em Samambaia, onde atende Leilane Coelho Monteiro.

Um atendimento humanizado e integral ao paciente é a chave da Estratégia Saúde da Família. Realidade que Leilane Coelho Monteiro, de 33 anos, foi entender de fato no último um ano e meio, tempo em que faz residência em medicina da família e comunidade na Unidade Básica de Saúde (UBS) 7 de Samambaia.Uma das estruturas preparadas para a especialização de futuros profissionais é a Unidade Básica de Saúde 7, em Samambaia, onde atende Leilane Coelho Monteiro. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

A rotina de Leilane e dos outros quatro residentes que atendem no local é como a dos profissionais. Ela envolve consultas, visitas domiciliares e atendimentos na unidade, considerada pela Secretaria de Saúde uma UBS-escola, por ser modelo em formação na estratégia.

“A residência fez toda a diferença para mim. Aprendi a enxergar o paciente como um todo, com seus problemas familiares, comunitários”, detalha Leilane, que se formou em Araguari, em Minas Gerais, e mora em Brasília há quatro anos. “Na faculdade, o foco é na doença, e aqui aprendemos muito sobre o cuidado.”

A diferença é que os residentes são sempre acompanhados por seus preceptores — especialistas em saúde da família e comunidade.
Como funciona uma UBS-escola

A Secretaria de Saúde está elaborando uma portaria que determinará as diretrizes para as UBS-escolas.

Os locais escolhidos para o projeto oferecem a residência ou servem de espaço para a prática de alunos em graduação. No caso de Samambaia, a UBS recebe 18 estudantes de enfermagem e cinco residentes de medicina da família e comunidade.

O número também representa um melhor atendimento aos pacientes, com a ampliação no número de vagas para consultas e na carteira de serviços. Hoje, a unidade de Samambaia, por exemplo, consegue oferecer pequenas cirurgias e procedimentos que antes não eram possíveis, como sutura de lesões superficiais, retirada de tecido para biopsia e de calos.

“Isso não só por ter mais pessoal, mas por ter médicos especialistas em saúde da família, que são os preceptores desses residentes”, esclarece o gerente de Serviços de Atenção Primária da UBS, Ricardo Aguiar.

Além disso, a rotina de uma UBS-escola possibilita que os servidores vivenciem o processo de formação dos futuros profissionais. Eles participam das atividades de educação continuada pelos quais os residentes passam.

A expectativa, segundo Aguiar, é que, a partir do ano que vem, a unidade básica de saúde também ofereça residência multiprofissional em odontologia e enfermagem, tudo dentro da Estratégia Saúde da Família.