Vítimas de violência têm auxílio psicológico, social e jurídico, além de participarem de atividades de inclusão e de cursos profissionalizantes. Aluna da turma de massagem terapêutica, Ana Maria Neves teve experiência marcante.
Em 2016, a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos atendeu 18.544 pessoas nas unidades da rede de proteção à mulher do Distrito Federal. Nesses locais, as vítimas de violência doméstica recebem orientação psicológica e de resgate da cidadania, além de encaminhamento jurídico. Elas também participam de atividades pedagógicas para se preparar para o mercado de trabalho.Ana Maria Neves, de 52 anos, foi atendida pela rede de proteção e faz curso de massagem terapêutica. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
Fazem parte da rede quatro centros especializados em questões do gênero feminino; nove núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica; a Casa Abrigo; a Casa da Mulher Brasileira; e a Unidade Móvel de Atendimento às Mulheres Rurais e do Cerrado.
Por intermédio dos centros especializados, que oferecem acolhimento e apoio psicossocial e jurídico, Ildene Sousa, autônoma de 55 anos, teve o incentivo que precisava para se recuperar após sofrer violência doméstica. “Tive apoio total na área psicológica, eu estava muito doente, abalada emocionalmente. Encontrei tudo o que precisava aqui.”
"Tive apoio total na área psicológica, eu estava muito doente, abalada emocionalmente. Encontrei tudo o que precisava aqui"Ildene Sousa, vítima de violência doméstica
Ildene foi atendida na Casa da Mulher Brasileira, projeto da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República em parceria com o governo de Brasília. Na casa há acesso facilitado para a delegacia, o juizado, o Ministério Público do DF e Territórios e a Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado para crianças; alojamento de passagem; e central de transporte.
Capacitação profissional e reabilitação da autoestima
Outra oportunidade são os cursos profissionalizantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Mulheres Mil, do governo federal, executado no DF pela Secretaria de Educação. “Eu tinha acabado de ficar desempregada e estava em processo de divórcio quando fui encaminhada para fazer as aulas”, conta Fernanda Viana, de 38 anos, que concluiu o curso de recepcionista em 2016.
Auxiliar administrativo, cuidador de idoso, recepção em saúde e massoterapia são outras especialidades disponíveis nos quatro Centros Especializados de Atendimento à Mulher de Brasília. Eles funcionam na Casa da Mulher Brasileira e em mais três lugares: Ceilândia, Planaltina e na estação do metrô da 102 Sul.
Ioga e palestras também fazem parte do atendimento. Segundo Fernanda, “o convívio com pessoas que passam pela mesma situação é importante para as vítimas perceberem que há como seguir em frente após o trauma”.
Aluna da turma de massagem terapêutica, Ana Maria Neves, de 52 anos, é outra mulher com uma história marcante atendida pela rede de proteção. “A primeira coisa trabalhada aqui é a autoestima. Depois, temos o incentivo para participar das atividades e não ficar parada. Esse é meu segundo curso e me sinto preparada para continuar a vida”, relata.
4.611Quantidade de atendimentos na Casa da Mulher Brasileira em 2016
Os cursos, que até agora atenderam 470 mulheres, têm duração de quatro meses e disciplinas básicas como matemática, português e informática. Ainda não há informações sobre novas turmas.
Atendimentos nas unidades da rede de proteção
Em 2016, houve 4.611 atendimentos na Casa da Mulher Brasileira, incluindo alojamento temporário, transporte e palestras. Nos quatro centros especializados, registraram-se 2.690 pessoas atendidas.
No mesmo período, a Casa Abrigo acolheu 3.949 mulheres vítimas de ameaças e seus dependentes, em local sigiloso e protegido. E a unidade móvel levou os atendimentos para 941 pessoas de diferentes regiões administrativas.
Enquanto isso, os nove núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica deram orientações psicológicas da rede de proteção à mulher para 5.883 agressores. O objetivo é fazer com que esses homens reinterpretem os atos de violência e se reinsiram socialmente, a partir de um entendimento de igualdade de gênero. As unidades também prestam atendimento integral às famílias que convivem ou conviveram com situações de violência.
Núcleos de atendimento às famílias e aos autores de violência doméstica
Funcionam de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas
Brazlândia
Fórum de Brazlândia (Área Especial 4, 1° andar, Setor Tradicional)
(61) 3391-3148
Gama
Promotoria de Justiça (Quadra 1, Lotes 860/800, Subsolo, Setor Industrial)
(61) 3385-6944
Núcleo Bandeirante
Promotoria de Justiça (Setor de Indústrias Bernardo Sayão, Quadra 3, Conjunto B, Lote 2/4)
(61) 3486-6445/3386-2816
Paranoá
Promotoria do Paranoá (Quadra 4, Conjunto B, Sala 111, Grande Área)
(61) 3389-3167
Planaltina
Promotoria de Planaltina (Área Especial 10/A, Térreo, Setor Tradicional)
(61) 3389-3167
Plano Piloto
Fórum Desembargador José Leal Fagundes (Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, Bloco 1, Térreo, Sala 30)
(61) 3214-4420
Samambaia
Fórum de Samambaia (QR 302, Área Urbana 1)
(61) 3458-1206
Santa Maria
Promotoria de Justiça (Quadra 211, Conjunto A, Lote 14)
(61) 3394-4110
Sobradinho
Promotoria de Justiça (Edifício Sylvia, Quadra Central, Bloco 7, Térreo)
(61) 3591-8873
Centros especializados de atendimento à mulher
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas
Estação do metrô da 102 Sul
(61) 3323-8676
Casa da Mulher Brasileira (SGAN 601, Lote J, Plano Piloto)
(61) 3226-9324
Ceilândia (QNM 2 Conjunto F, Lotes 1/3)
(61) 3372-1661
Planaltina (Jardim Roriz, Área Especial, Entrequadras 1 e 2)
(61) 3389-0841
0 Comentários