Cada unidade tem normas específicas, de acordo com as características ambientais. Na Lagoa dos Sapos do Olhos d’Água, por exemplo, a pesca é proibida.

Os parques ecológicos são unidades de conservação com vegetação e fauna sensíveis — em alguns casos, raras. Por isso, o respeito a normas de conduta por parte dos visitantes é uma forma de garantir o uso da área sem prejuízos para a biodiversidade. As regras variam conforme as características de cada local. Assim, se em um parque é permitido andar de bicicleta, em outro, a construção de uma ciclovia pode causar profundo impacto no equilíbrio ambiental.

As normas de cada parque são definidas por meio de plano de manejo. Em alguns casos, o documento está em elaboração, observando os novos critérios para recategorização das unidades. Para saber as regras específicas de um parque, o visitante pode consultar placas e letreiros ou pedir informações a funcionários do local.Lagoa dos Sapos, no Parque Olhos D’Água: pesca é proibida. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

A retirada de vegetação e a caça de animais são proibidas em qualquer unidade de conservação. Ainda assim, há quem insista em descumprir a determinação, exposta em placas e letreiros. No Olhos D’Água, por exemplo, o cuidado dos agentes de parque é constante para evitar a pesca na Lagoa dos Sapos. O reservatório forma-se por causa de uma nascente e, não raramente, os técnicos encontram linhas e anzóis camuflados na borda. “Temos de monitorar constantemente a área, porque as pessoas entram com o material escondido em bolsas e mochilas. Nunca fizemos flagrante, infelizmente”, explica o administrador de Unidades de Conservação e Parques do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Claudiomir Gonçalves da Silva.
Animais domésticos nos parques de Águas Claras e do Lago Sul

No Parque Ecológico de Águas Claras, o acesso de animais domésticos é permitido, mas é exigido o uso de coleira, pois o local tem animais silvestres, como abelhas, pássaros, capivaras e quatis, e o contato deles com cães pode resultar em ataques e morte de filhotes. É preciso também recolher as fezes produzidas pelos cachorros. “Em alguns casos, os frequentadores se irritam com a obrigatoriedade e mostram o saquinho, apesar de não retirar o material”, conta o técnico em meio ambiente do Ibram Rui Carlos Coelho. Outra prática vetada é dar água do bebedouro para os animais. “Para evitar isso, fizemos parceria com uma pet shop e vamos construir pontos de fornecimento de água só para cachorros”, explica Coelho. A média de visitação, no local, é de 4 mil pessoas por dia.A presença de animais silvestres, como as abelhas, por exemplo, deve ser respeitada. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Já no Parque Ecológico Dom Bosco, no Lago Sul, a entrada de animais domésticos é proibida. “Às vezes, mesmo por brincadeira, eles afugentam a fauna local. Se não atacam, deixam urina e cheiros que influenciam o habitat de tatus, calangos e corujas”, detalha o agente do parque Francisco Maciel. O fato de o parque só ter um portão de entrada facilita o controle do acesso. “Hoje em dia, está mais fácil o entendimento dos usuários; eles compreendem a necessidade de restrições”, conta. O parque recebe 800 pessoas por dia, durante a semana, e 1,5 mil, aos fins de semana.
Espaços reservados para a prática de esportes nos parques

Há casos em que a prática esportiva precisa ocorrer em espaços específicos para evitar danos à vegetação. O slackline — esporte em que o praticante se equilibra sobre uma fita elástica presa em dois pontos fixos — é bastante comum em parques. No entanto, se a fita for fixada nas árvores, ela pode sobrecarregar o tronco e enfraquecer as raízes. Assim, a recomendação é que ele seja praticado em postes, a exemplo dos que foram colocados no Parque Ecológico Dom Bosco. Nele, o esporte de referência é o skate. “A pista de 1,8 quilômetro, em ladeira, é toda reservada para o longboard”, informa o agente de parque Francisco Maciel.