Por Khatarina Garcia e Kalil Ahmed
Após muita polêmica entre a grande mídia do DF que desejava a ocupação do Hotel Torre Palace e insuflava a PM a fazê-lo e o desfecho dos acontecimentos ser outro, talvez gerando uma tragédia depois da desocupação, esta virou-se agora contra o negociador do GDF e grande articulador da saída menos traumática possível do caso: O advogado Acilino Ribeiro, subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular do governo de Brasília. Que sempre ameniza tais situações.

Acilino é um conhecido ativista dos direitos humanos e militante pacifista em defesa da Paz Mundial e defensor da tática de luta conhecida como NVA – Não Violência Ativa. Esta desenvolvida e inspirada pelos ideais e pensamento dos líderes Mahatma Ghandy, Luther King e Nelson Mandela. Conforme exposto em seu livro Estratégia e Tática da Luta Revolucionária.

Após a desocupação do hotel pela PM DF, um exemplar do livro, presenteado por Acilino Ribeiro a um dos membros do MRP – Movimento de Resistencia Popular – quando estes ainda eram do MTST – Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto – foi encontrado no Torre Palace e exposto a opinião pública pela grande mídia. Pelo título, um tanto sugestivo para o momento, este se contradiz em seu conteúdo, que lido pela Equipe de Redação do Pool de Agências de Notícias do Mídia Sem Fronteiras, viu que o mesmo é contra a Luta Armada, prega a Luta de Massa e em alguns pontos a Luta Institucional, numa apologia à defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e da paz mundial.

O livro, em formato de apostila, com várias fotografias do próprio, mostra um pouco da experiência de Acilino Ribeiro durante as décadas de 1960 e 70, quando enfrentou a ditadura militar como guerrilheiro do MR8 – Movimento Revolucionário 8 de Outubro (de tendência guevarista) e do Movimento dos Comitês Revolucionários (khadafysta) e na década de 1980 quando membro do Comitê Central do PCB – Partido Comunista Brasileiro – e optou pela luta de massa, apoiando a redemocratização e foi ser advogado dos movimentos sindical, comunitário, de mulheres e movimentos sociais quando então se elege Vereador de Teresina, no Piauí, e passa a atuar na luta institucional.

O livro é uma coletânea de diversos textos escritos por Acilino em mais de quarenta anos de luta e uma rica experiência por onde passou, por mais de vinte países, na luta contra o imperialismo e no combate a várias ditaduras que enfrentou, na América Latina, África, Ásia e Europa. Inclusive contando um pouco da estratégia de luta que desenvolveu quando fez seu treinamento de Guerrilha, Inteligência, Espionagem, Estratégia, Geopolítica e Contra-Terrorismo na Líbia para enfrentar a Operação Condor. Acilino foi o famoso e lendário Comandante Mercúrio, terceiro homem na hierarquia de poder da Operação Galáxia, que tinha três comandos; Ícaro, Puma e Corvo e nove comandantes, que além dele, Mercúrio, se chamavam Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno Urano, Neturno e Plutão. E que salvou centenas de exilados, refugiados e militantes foragidos de ditaduras e recebiam apoio e solidariedade da poderosa Internacional Revolucionária com sede em Trípoli, na Líbia, conhecida como Mathaba Yallamia. Além de ter cumprido várias missões de apoio aos movimentos revolucionários em todo o mundo durante a Guerra Fria.

Procurado pela reportagem, Acilino Ribeiro preferiu não se pronunciar sobre o tema. Disse que não responderá sequer aos seus detratores da grande mídia e que sua história responde por si e que se orgulha do que fez e faz. “Lutei numa época em que a morte era o preço da coragem. Num tempo em que os covardes compactuavam com a tortura e a grande mídia contribuía com matérias jornalistas para justificar os assassinatos de companheiros e companheiras que sonhavam com um Brasil livre das injustiças, das prisões arbitrárias e do Regime Militar. E hoje estão aí. Saudosistas. Fazendo o mesmo jornalismo. Querendo sangue. Cumpri meu papel. Negociei até o último momento. Até a exaustão e seguirei assim, defendo o diálogo entre a Sociedade e o Estado.” Afirmou. 
E conclui dizendo que tudo que lhe perguntarem a resposta está no próprio livro que escreveu em capítulos como “Oração do Revolucionário” e ainda nos demais como “CRISTO – O Divino Revolucionário e Abençoado Guerrilheiro da Paz”. E pediu que todos que puderem ler o livro o façam e comentem nas redes sociais. Dando a opinião que quiserem. E dentre os capítulos que destaca está “Que tipos de Políticos somos?” E pergunta: Porque só mostram na TV a capa e o título do livro? E afirma: “Porque só isso lhes interessa”. E finaliza esclarecendo que as fotos que aparecem no livro vestido de guerrilheiro são de trinta anos atrás e que se orgulha de ter sido considerado um dos mais éticos revolucionários e corajosos guerrilheiros da história da humanidade. “Como guerrilheiro fui implacável na luta; como revolucionário, sempre misericordioso na vitória. E assim devem ser os revolucionários”. Concluiu.

A Casa Civil do GDF soltou uma nota em que esclarece a posição de Acilino no episódio das negociações do hotel e mostrou que o mesmo continua tendo a confiança do governador como interlocutor junto aos movimentos sociais e populares de Brasília. Tendo inclusive saído fortalecido do episódio.

Acilino recebeu nestes últimos dias a solidariedade de diversos parlamentares que se pronunciaram na Câmara Legislativa do DF, dentre estes os deputados Ricardo Vale, Wellington Luís, Luzia de Pauladentre outros. Ao final o deputado Raimundo Ribeiro, irmão de Acilino Ribeiro agradeceu as manifestações de todos os parlamentares e disse que uma das coisas que mais se orgulha é de ter Acilino Ribeiro como seu irmão, e do passado de luta dele. Os deputados defenderam e mostraram o importante papel que Acilino desempenha nas negociações entre o governo de Brasília e os movimentos sociais e sindicais no DF desde quando assumiu o cargo de Subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular.

Outras consequências pela superexposição que as redes de televisão e da grande mídia do DF deram a Acilino e seu livro é que o mesmo recebeu ontem dezenas de convites para palestras em universidades e escolas, sindicatos e associações, além de propostas de três Editoras que querem publicar o livro. Uma delas inclusive quer faze-lo em espanhol, inglês e francês para ser lançado agora em agosto próximo quando da realização do Fórum Social Mundial em Toronto, no Canadá, e também em janeiro de 2017 quando da realização deste evento em Porto Alegre, no Brasil.

Dois filmes documentários estão sendo rodados sobre a trajetória revolucionária de Acilino Ribeiro, contando sua vida de guerrilheiro e militante de esquerda, conforme link (https://www.youtube.com/watch?v=q9EnIavi0fs) e sua obra literária que soma para mais de trinta livros editados e diversos textos escritos além das monografias, dissertações e teses das seis pós graduações que fez em diversas área como História Política da Humanidade; em Diplomacia Política e Relações Internacionais; em Geopolítica Mundial e Relações Internacionais; em Inteligência Estratégica e Segurança de Estado; em Direito Internacional e Direito Constitucional; e em Direitos Humanos e Movimentos Sociais. Acilino também é professor universitário nestas áreas e ainda de Economia Política Internacional.

Três importantes e famosos cineastas e documentaristas de Brasília conversaram com o ex-guerrilheiro e atual subsecretário de estado do GDF esta semana e estudam a possibilidade de realizarem em conjunto um filme-documentário sobre essa sua trajetória política. Também está sendo articulada possibilidade das TVs, AL JAZIRA (Qatar) e TELESUR (Venezuela) fazerem um vídeo especial com entrevistas exclusivas sobre Acilino Ribeiro falando dos últimos acontecimentos em que a grande mídia brasileira o envolveu e sua análise sobre a tentativa desta em criminalizar os movimentos sociais e os principais líderes políticos e sociais brasileiros.

Mais de quinhentas manifestações de apoio dos mais diversos movimentos sociais, sindical, comunitário, ambiental, estudantil, de juventude, mulheres, LGBTs, entidades religiosas, centrais sindicais e outros do DF e centenas de outras das mais variadas regiões do Brasil, entre sindicatos de trabalhadores rurais, sem tetos, sem terras, sem empregos, etc, além de entidades internacionais como dirigentes e líderes do Fórum Social Mundial, Anistia Internacional, Conselho Mundial da Paz, Advogados Sem Fronteiras, Fórum Mundial de Reforma Agrária, Igrejas Unidas pela Paz, Comitê Latino Americano de Integração Social, Coordenação Latina Americana de Movimentos Sociais, chegaram a Acilino Ribeiro e estão sendo divulgadas nas redes e órgãos de divulgação dos movimentos populares. Também praticamente todos os secretários e secretarias de estado do governo de Brasília manifestaram solidariedade ao colega secretário, seja em conversas pessoais ou por telefone.

Segundo Jennifer Soledad da coordenação do MDD – Movimento Democracia Direta, onde Acilino foi um antigo militante, “Já era de se esperar essa posição contra o Acilino. A grande mídia quer ver sangue. Ela queria que a polícia invadisse o hotel de qualquer forma. O Acilino sempre foi contra. Acredita no diálogo. Evitou uma tragédia e agora querem crucifica-lo. Ele tem a solidariedade nossa e de todos os movimentos sociais do Brasil”. Também Débora Taltemberg, da direção da UNIPOP – Universidade de Políticas do Movimento Popular, disse que “Podemos até acreditar que tudo isso foi uma grande armação para prejudicar a relação do Acilino dentro do governo e querer que ele saia para que os movimentos radicalizem contra o GDF. Isso pode ter sido plantado para expor sua imagem e querer desacredita-lo perante a opinião pública. Mas vindo da rede de televisão que veio e do jornalista que o persegue, já sabemos que não se pode acreditar. Conheço o conteúdo do livro, fiz curso de formação com ele e o mesmo é uma aula sobre dialogo, pacifismo, e direitos humanos”. Concluiu. Já Acilino que apenas ouvia as manifestações de solidariedade dos movimentos sociais que se reuniram para lhe prestar apoio finalizou dizendo apenas que “ Um revolucionário não pode ter ódio no coração, portanto sequer os responderei ou os processarei, pois não quero a morte dos pecadores, que me caluniam, quero o fim do pecado, a calunia, que eles praticam”.

Acilino recebeu também a manifestação de diversos grupos de jornalistas, redes de blogueiros, jornais e rádios comunitárias que formaram uma rede de apoio para divulgação de seu livro e manifestações de solidariedade a ele em todo o Brasil e no mundo.

Fonte: Mídia Sem Fronteiras / Escola de Formação Política.