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O golpe a ser tentado pelos nazistas liderados por Bolsonaro não terá apoio militar. As FFAA não estão divididas, e a maioria é legalista, mas não querem se envolver. O que é um erro. De omissão se assim o fizerem, pois podem estar levando o país a guerra civil, como quer Bolsonaro. Por isso ele busca construir uma base de apoio policial com ampla participação das PMs. Estas são historicamente repressoras e muitos de seus comandantes direitistas e fascistas. São treinados para isso e com base na velha DSN - Doutrina de Segurança Nacional, da velha Escola das Américas. Oriunda da ditadura militar. E quanto menor a patente, mas direita e dependente do fascismo ficam.

O golpe a ser tentado será parecido com o da Bolívia. Com ações da Polícia Militar e omissão das Forças Armadas. Por isso as forças democráticas e progressistas devem conquistar mais apoio dentro das FFAA para o embate político quando necessário, com as PMs, os milicianos, os narcotraficantes e os paramilitares da extrema-direita que apoiarão Bolsonaro. Só elas poderão enfrentá-los. O povo não tem armas para isso. Por isso Bolsonaro quer armar latifundiários, grileiros e bandidos, pois sabe que contará com eles. Mas é bom saber que dentro das PMs também tem policiais antifascistas e defensores da democracia que poderão ficar com a legalidade. Poucos, mas tem.

Marinha e Aeronáutica não suportam Bolsonaro. Já lhe mandaram inclusive avisos. Sua base lá é reduzidíssima. No Exército são três correntes: A pro-Bolsonaro, a anti-Bolsonaro e a terceira que são os profissionalistas que não aceitam o Exército envolvido em política partidária. Três correntes bem numericamente divididas. Um terço cada.

Assim o correto é buscar construir de forma diplomática e participativa entre estas a unidade das forças e de setores democráticos e progressistas o mais rápido possível. À Direita conservadora e a extremista estarão juntas pois enquanto a esquerda e as forças progressistas têm causas sociais e a democracia para defenderem, a direita e os conservadores têm interesses econômicos submissos e entreguistas a levarem adiante e o fascismo para defenderam.

Não estamos vendo um jogo político; estamos vivendo uma guerra política. E no jogo tem juiz, mas na guerra tem soldado. Na ditadura a guerra foi entre militares e militantes. Agora será entre milicianos e militantes.

Espero que os militares vejam quem está do lado do Brasil, defendendo as instituições, do lado da paz, da democracia e combatendo o inimigo externo, no caso os EUA que bancou Bolsonaro e agora tá levando nossas empresas e até bases militares, pois isso está claro, e assim venham se juntar a aqueles que um dia pensaram ser seu inimigo interno, mas que são os verdadeiros patriotas; que são os nacionalistas, socialistas, comunistas, sociais democratas, liberais democratas, verdes, ambientalistas, sem terras, sem emprego, sem tetos, gays, lésbicas, negros, índios, feministas, sindicalistas e a maioria do povo brasileiro que quer paz e soberania.

A família Bolsonaro não pode continuar a passar para a sociedade, como o fazem diariamente, essa ideia de que as Forças Armadas são traidoras da pátria e que está compactuando com a destruição do país entregando tudo aos EUA e de que são golpistas. Este não é o papel dos militares. Se alguns generais o fazem, com certeza é por isso que outros se afastaram do Planalto e estão unindo as duas outras correntes. São forças nacionalistas e democráticas em ação.

Os militares já tiveram uma oportunidade de limpar o nome das FFAA pelos crimes cometidos durante a ditadura militar. Após a guerra suja durante os anos de chumbo foram responsabilizados pela morte de mais de 500 militantes, 5 mil torturados, 10 mil exilados e a prisão de mais de mais de 50 mil perseguidos. Mais que repetir a história como farsa ou tragédia isso deve servir-lhe de lição. E acredito não vão querer passar por um novo julgamento da história. A mesma anistia que me beneficiou, pelas perseguições e prisões sofridas também beneficiou a eles. E apesar de não achar isso correto, pois não cometi nenhum crime, não torturei nem matei ninguém, pelo contrário, fui caçado como um cão e preso como um animal, porque defendia a democracia e a soberania do meu país, eles que defendiam o fascismo e se acharam no direito de perseguir, prender e matar qualquer um, vivem impune até hoje. Mas nós militantes já os perdoamos, aos militares e policiais que nos perseguiram, pois o verdadeiro militante não deseja a morte do pecador, seu torturador, mas a destruição do pecado, a tortura.

A democracia não pode ser ameaçada muito menos golpeada. Tem que ser construída e defendida como fizemos durante todos esses anos. Respeitando-se as instituições. Apoiando o Congresso e o Supremo. E alguns podem até achar isso um sonho, mas acredito que chegou a hora de caminharmos juntos, CIVIS e MILITARES contra o fascismo para salvar a pátria ameaçada.

Unidos gritando: Nossa bandeira jamais será nazista. Fora Bolsonaro. Impeachment Já. O povo vencerá.

ACILINO RIBEIRO
*Advogado, historiador, escritor, cineasta e documentarista, produtor cultural e professor universitário. PÓS-GRADUADO em História Política; em Relações Internacionais e Diplomacia Política; em Geopolítica e Segurança Internacional; em Inteligência Estratégica e Contra Inteligência; em Direito Constitucional; em Direito Internacional; e em Economia Internacional; Autor de 10 livros nas áreas citadas. PROFESSOR de Geopolítica e Estudos Estratégicos; de Economia Política, de Direito Internacional e de Inteligência e Contra Inteligência; Membro da Executiva Nacional do PSB e seu Secretário Nacional de Movimentos Populares*.