De acordo com os vendedores a camisa azul é a mais solicitada pelos clientes.

Tudo indica que os movimentos políticos e sociais não afetaram a venda das camisas amarelas oficiais da Seleção Brasileira. Inclusive, elas estão a todo vapor e o modelo de torcedor está em falta em algumas lojas da capital. Porém, os vendedores confirmam: a que está acabando primeiro é a camisa azul, mas, para eles, nada tem a ver com ideologias políticas.

“Está saindo mais a azul porque é a mais bonita mesmo. É o estilo dela”, acredita a vendedora Rayane Mareuse, 19 anos. A loja em que ela trabalha renovou o estoque das azuis e amarelas na terça-feira, mas nessa quinta-feira já havia poucas blusas. “O movimento está bem alto. As pessoas estão procurando as camisas”, afirma.

Ali, eles vendem as camisas oficiais da Seleção. O modelo torcedor é vendido por R$ 249. “Está tão alta a procura que a média é de 100 camisas vendidas por dia. Esta semana mesmo só eu vendi, em um dia, 50 blusas”, aponta.

Piada

Márcio Macedo, 42, está vendendo as “camisas casuais”, aquelas que não são as oficiais. Ele conta que o movimento está alto e os clientes procuram por ambas as cores. “Um ou outro faz uma piada dizendo que não quer a amarela por conta das manifestações. Mas isso (manifestações políticas) não impactou em nada as nossas vendas”, comenta.

O dono da loja, localizada na Rua do Torcedor (308 Sul), conta que os valores variam entre R$ 59 e R$ 79. “Esta semana as vendas aumentaram. É torcer para quando chegarem os jogos do Brasil aumentar ainda mais”, brinca Macedo.

Preço mais em conta

Dono de outra loja esportiva na Rua do Torcedor, Márcio João, 44 anos, comercializa as camisas oficiais e “alternativas”. Ele conta que o movimento está alto desde o início da semana. “Vendemos as oficiais, casuais e também fazemos personalização”, aponta. Os preços estão entre R$ 59,90 e R$ 260.

Em sua loja, a cor mais procurada é a amarela. Mas o modelo oficial está tendo pouca saída. “As pessoas estão procurando a camisa que sai mais em conta. Só aqueles mais fanáticos, que já vêm aqui decididos, levam as oficiais. Quem vem olhar, procurar uma camisa, escolhe as casuais, porque os valores são menores”, completa.

“Vermelhinha do Brasil”

Nas redes sociais, movimentos políticos separavam os “coxinhas”, manifestantes de direita, pela camisa amarela, e os “mortadelas”, manifestantes de esquerda, por uma camisa vermelha. Uma versão confeccionada por uma designer mineira ficou conhecida por ser considerada a camisa da esquerda.

A designer Luisa Cardoso vende agora, por conta da alta demanda, apenas as blusas sem nome. No entanto, o cliente tem as opções dos números 13 ou 50 – relativos a partidos da esquerda. Na descrição, ela afirma que “a vermelhinha do Brasil é contra o golpe. De vermelho, torcemos por políticas públicas que vistam a camisa de quem mais precisa. Por mais igualdade social e maior distribuição de renda”.

Vendas afetadas pela greve

Conforme o Jornal de Brasília mostrou na semana passada, a greve dos caminhoneiros afetou as vendas do comércio da capital. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana, previu junho como um mês “razoável” para o comércio. “Uma pesquisa realizada antes da greve previu uma expectativa extremamente positiva para a Copa e o Dia dos Namorados. Porém, em maio tivemos a greve e isso tirou um pouco do ímpeto do consumidor e dos comerciantes. Houve descrédito”, alegou.

No entanto, a esperança do comércio vem justamente da mania do brasileiro de deixar tudo para última hora. “Claro, as vendas perdidas em maio não serão recuperadas, mas ainda existe uma possibilidade de termos bons resultados este mês”, ponderou Santana.

Fonte: Jornal de Brasília