Foto: Myke Sena

O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TER-DF) determinou a suspensão imediata da veiculação de propagandas eleitorais do PT que criticam a gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). As veiculações iriam ao ar hoje e nos dias 12, 16, 18, 20, 25, 27 e 30 de outubro. A decisão liminar, em representação apresentada pelo PSB/DF, foi proferida pela corregedora e vice-presidente do TRE-DF, desembargadora Carmelita Brasil. Cabe recurso da decisão.

Segundo a desembargadora, o PSB alega que o PT exibiu na programação das emissoras de rádio e televisão, em um total de cinco inserções de 30 segundos cada, três filmes nos quais seriam divulgadas informações inverídicas acerca da atuação do atual governador do DF.

Em uma delas, o PT estaria “atrelando as supostas ilicitudes praticadas pelo atual presidente da República ao governador Rodrigo Rollemberg”, com o propósito de atacar a honra do governador e criar um “fato político falso de dimensões incalculáveis”.

Na segunda propaganda, apresentada no processo pelo PSB, atores falam que o governador não cumpre a lei com relação ao servidor público, por não respeitar os direitos dos servidores, ameaçar parcelar salários, e pretender acabar com a aposentadoria. Ao dizer que o governador não cumpre a lei, o PT estaria transmitindo uma mensagem equivocada ao cidadão comum, segundo o PSB, no sentido de ele estar praticando “um ato atentatório contra a própria Democracia”.

Quanto ao terceiro filmete, as críticas dizem respeito à questão do atendimento médico.

Decisão

Em sua decisão, a desembargadora aponta o art. 45 da Lei nº 9.096/95, que estabelece como objetivos da propaganda partidária gratuita a difusão dos programas partidários; a transmissão de mensagens aos filiados; a divulgação da posição do partido em relação a temas político-comunitários; a promoção e a difusão da participação feminina.

Para a desembargadora, “as propagandas veiculadas contém increpações injuriosas ao governador. Primeiramente tenta-se ligar o governador aos fatos criminosos dos quais o presidente da República tem sido acusado nesses últimos meses. Depois, por qualificar o governador como incompetente e descumpridos da lei. Por fim, ao dizer que a saúde está em situação de total abandono, ao praticamente imputar ao governador a prática de atos de prevaricação”. Mais adiante, ela continua, “essas fortes críticas foge ao objetivo da propaganda partidária, notadamente se com elas não há qualquer exposição acerca das propostas do representado (PT) sobre os temas político-comunitários apresentados”.

Assim, foi determinada a suspensão imediata das inserções, podendo o PT substituir as propagandas por outras que observem o previsto no artigo mencionado. O partido tem o prazo de 5 dias para apresentar a sua defesa.