Longa-metragem do diretor Marcelo Pedroso foi destaque da programação no sétimo dia da mostra competitiva nesta quinta (21).

Operações de rotina e treinamentos policiais foram levados à telona do Cine Brasília na noite desta quinta-feira (21) com Por Trás da Linha de Escudos. O longa pernambucano encerrou o sétimo dia do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.O longa pernambucano Por Trás da Linha de Escudos. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Com 124 minutos de duração, o documentário trata do Batalhão de Choque da Polícia Militar daquele estado, unidade especializada em lidar com multidões, como em protestos e manifestações.

“Foi um filme difícil, em que nos colocamos em risco a todo momento”, contou o diretor e roteirista Marcelo Pedroso. Acompanhado da equipe no palco, ele agradeceu a oportunidade de participar da edição histórica do festival.

Antes, o curta-metragem Torre, de Nadia Mangolini, apresentou a história de quatro irmãos que tiveram de lidar com o sumiço do pai, Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político do regime militar brasileiro.

Representante de São Paulo, a animação traz relatos da infância dos protagonistas na época. “Nesse momento em que vivemos o País, esperamos que as histórias e as memórias desse filme possam ser armas de luta para que as histórias nunca mais se repitam”, disse a diretora.

Baunilha, de Leo Tabosa, foi o outro exemplar da produção pernambucana exibido nesta noite. O curta-metragem, que narra a história de um mestre de fetiches, integra uma trilogia de ficções documentais. “Essa sessão é para aqueles que são movidos pelos desejos”, dedicou o cineasta do Recife.

Os filmes da mostra competitiva também passaram no Teatro da Praça (Setor Central de Taguatinga); no Espaço Semente (Setor Central do Gama); no Teatro de Sobradinho; e no Riacho Fundo I (em frente à administração regional).

Interessados podem assistir à reprise gratuita dessas produções nesta sexta-feira (22), às 15 horas, no Auditório 1 do Museu Nacional (Conjunto Cultural da República, próximo à Rodoviária do Plano Piloto).
Penúltimo dia da Mostra Brasília conta a história da Oficina Camber

Na competição voltada para o cinema local, foram exibidos dois curtas e um longa-metragem nesta quinta-feira (21). Abriu a sessão da noite o documentário indigenista Damrõze Akwe — amor e resistência, de Guilherme Cavalli.Cena do documentário indigenista Damrõze Akwe — amor e resistência, de Guilherme Cavalli. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

De acordo com o diretor, o filme nasceu para presentear um jovem casal indígena e resgatar a memória. “Nosso filme repete o incansável grito dos povos indígenas por demarcação e respeito à pluralidade”, destacou Cavalli.

“Sem nós, não há ontem, hoje ou amanhã. Estamos aqui para proteger o que nos mantém vivos, que é a mãe natureza”, acrescentou o protagonista Durkwa Xakriabá, representante do povo xakriabá, de Minas Gerais. Ele estava acompanhado da esposa, Juvana Sawidi.

Deu sequência à programação a obra A margem do universo, de Tiago Esmeraldo, ficção científica gravada no Cerrado. “Estamos extremamente felizes de estarmos aqui hoje”, agradeceu o cineasta.


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Fechou a mostra brasiliense o documentário O fantástico patinho feio, de Denilson Félix. O filme conta a história da lendária Oficina Camber, fundada nos anos 1960. “Acredito que estou colocando uma pedrinha no pavimento da história de Brasília”, definiu o diretor.

A oficina surgiu da criatividade de quatro jovens brasilienses que resolveram competir na segunda maior prova do Brasil — os 500 quilômetros de Brasília — com outros 33 carros.O documentário O fantástico patinho feio, de Denilson Félix. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Os concorrentes da Mostra Brasília disputam o 22º Troféu Câmara Legislativa e R$ 240 mil em prêmios, distribuídos pelo Legislativo local. A programação vai até amanhã (22).
Filmes do DF na mostra competitiva serão exibidos nesta sexta-feira (22)

Na disputa pelo Troféu Candango, o diretor Adirley Queirós apresenta o terceiro longa da carreira, Era uma vez Brasília. Gravado em Ceilândia, o filme terá sua estreia nacional nesta sexta-feira (22), às 21 horas, no Festival de Brasília.

A primeira exibição mundial ocorreu no Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, onde recebeu menção especial do júri. Será a terceira vez que Adirley concorre em casa.

Em 2005, o cineasta levou os prêmios principais dos júris oficial e popular com o curta Rap, o canto da Ceilândia. Em 2014, ele venceu na categoria principal do 47º Festival de Brasília com Branco Sai, Preto Fica (2014).

No mesmo dia, será exibido outro representante do DF na telona pela competitiva, na categoria curta-metragem: Carneiro de Ouro, de Dácia Ibiapina. As duas obras do DF serão antecedidas pelo curta Chico, de Irmãos Carvalho, do Rio de Janeiro.

Os ingressos no Cine Brasília custam R$ 12 (inteira).

A programação completa do 50º Festival de Brasília inclui ainda mostras paralelas, sessões especiais e rodada de negócios entre o setor produtivo.