Ana Maria Porto dedica seu trabalho ao cuidado de idosos. Foto: divulgação Idtech

A população goiana, acompanhando uma tendência nacional, estará cada vez mais “idosa” nos próximos anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aqueles que possuem 65 anos ou mais perfazem 7,12% da população do Estado. O número aumentará para 9,51% em 2025 e 11,42% em 2030. Acompanhar esta transformação é o desafio do Hospital Alberto Rassi – HGG, que se tornou referência no atendimento aos idosos.

O público do HGG, hospital de multiespecialidades que atende mais de 10 mil pessoas por mês, é formado por 37% de pessoas idosas. Quando se trata do Centro de Terapia Intensiva (CTI), o percentual aumenta para 56%. É comum o atendimento de pessoas com mais de 80 anos, em um ano, foram 178 pacientes internados no CTI com esta faixa etária.

Se de 1940 a 2015, a esperança de vida no Brasil para ambos os sexos passou de 45,5 anos para 75,5 anos, um aumento de 30 anos, o HGG tem se preparado para atender pessoas cada vez com idades mais avançadas. Em 2016, implantou uma ala especial de que tem como público-alvo idosos e pacientes com doenças raras. O Serviço de Cuidados Paliativos tem como objetivo controlar o sofrimento físico, psíquico, social e espiritual dos pacientes com doenças sem tratativas de cura.

De acordo com a geriatra e coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos, Ana Maria Porto Carvas, o HGG cumpre seu papel no atendimento aos idosos. Na ala especial, mais de 80% do público é formado por idosos. “Os idosos são mais vulneráveis. Por exemplo, um idoso com pneumonia não vai precisar somente de tratamento com antibiótico. Ele necessita de fisioterapia respiratória e motora. Os idosos precisam de uma assistência global. Na nossa ala nós temos pacientes centenários. Além da expectativa de vida ter aumentado, hoje nós temos idosos muito idosos. E a grande dificuldade é que estes pacientes estejam funcionais a maior parte do tempo. Os idosos precisam cada vez menos de UTI e cada vez mais de atendimento geriátrico amplo, de forma humanizada e integral”, explica.

Belarmina Neres Pereira, de 70 anos, é diabética e está internada se recuperando da segunda cirurgia no pé para amputação de alguns dedos, em decorrência da doença. Acompanhada pela filha Adriana Neres dos Santos Cardoso, já está ansiosa para voltar para casa apesar dos cuidados da equipe da Clínica Cirúrgica. “A equipe cuida muito bem dela, desde que chegou aqui. Não tenho nenhuma crítica”, afirmou a filha.

Internada desde o dia 1° de agosto na CTI do HGG, Anerina Almeida da Silva, de 90 anos, está prestes a receber alta para a Clínica Médica mas sentirá falta do carinho e cuidados da equipe do CTI. “Eu gosto muito de todos, enfermeiros, médicos, são muito carinhosos e me tratam muito bem, até as faxineiras. Todos os dias os enfermeiros conversam muito comigo, quando eu não vejo um algum dia já sinto falta. Eles me chama de vó, agora tenho muitos netos aqui”, conta sorridente a avó de três netas. Com os cabelos amarrados por uma transa, feita por uma das enfermeiras, ela conta que sentiu receio de não ser direcionada para o HGG. “Tinha medo de ser internada em outro hospital, ano passado fiquei aqui e queria voltar para cá agora. Graças a Deus encontrei uma vaga”, conta.