Delmasso sugeriu destinação de emendas parlamentares para compra de câmeras.

A implantação de uma rede de videomonitoramento de segurança pública em todo o DF foi sugerida pela Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle ao secretário adjunto de Segurança Pública, Márcio Silva, durante apresentação do relatório de gestão da Secretaria na manhã desta quinta-feira (3).

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Delmasso (PTN), sugeriu, inclusive, a destinação de emendas parlamentares para auxiliar na compra das câmeras de segurança. "Se cada parlamentar apadrinhar uma cidade, podemos, em 2018, implantar a rede", afirmou. Segundo Delmasso, segurança é a principal reivindicação dos cidadãos hoje. Ele citou o exemplo de uma comerciante no Guará, assaltada na semana passada, cujo estabelecimento, em 16 anos de funcionamento, foi assaltado 15 vezes. O deputado lembrou o "sucesso" do projeto piloto de videomonitoramento, adotado em Itapoã, cidade em que os índices de criminalidade caíram bastante, segundo ele.

O subsecretário informou que existem hoje apenas 137 câmeras de monitoramento no DF. Ele concorda com a expansão do projeto: "o segredo hoje é nos valer das novas tecnologias e compartilhar em rede, inclusive, com a sociedade civil". Márcio Silva disse que, em breve, um comerciante que tiver um sistema de vídeo com monitoramento interno poderá cadastrá-lo na secretaria para compartilhamento das informações e ação policial. Os deputados bispo Renato Andrade (PR) e Rafael Prudente (PMDB) também reforçaram a importância de expandir o projeto de vídeo monitoramento.

Setor Comercial Sul – "A segurança pública não se faz exclusivamente com policiamento, mas também com ações integradas com a sociedade", destacou Márcio Silva. Nesse sentido, ele citou o caso do Setor Comercial Sul, local em que houve uma política de integração, com revitalização da área e ocupação dos espaços pela população. De acordo com ele, a ação gerou resultados, pois no setor houve oito homicídios em 2015 e, neste ano, até o momento, nenhum registro de crime de letalidade. 

Questão social – Houve redução de 10% nos Crimes Violentos Letais (CVL) no DF em 2015, de acordo com técnicos e diretores da Secretaria presentes na reunião. Esse índice, contudo, é uma média de todo o DF, em que há discrepâncias entre as regiões. Enquanto cidades como Taguatinga, Samambaia e Ceilândia houve redução de quase 30% nos CVL, outras localidades como Guará e Sobradinho houve aumento nesses índices.

A equipe explicou à comissão que isso ocorreu porque a secretaria monitora as manchas de violência e age nas piores áreas, no entanto, a migração das manchas faz parte da dinâmica da criminalidade, daí a necessidade de monitoramento constante. A equipe da Secretaria enfatizou, por diversas vezes durante o encontro, que o atual cenário econômico agrava a questão social e, consequentemente, o mapa da violência.

Justiça e Cidadania - Delmasso lembrou que, na próxima quinta-feira (10), às 10h, a Secretaria de Justiça e Cidadania fará apresentação do relatório de gestão, e a população está novamente convidada a participar. 

CLDF