Professores precisam de formação continuada

Destinação de recursos e instrumentos para salas de apoio a alunos superdotados e com altas habilidades foi um dos pleitos dos participantes da solenidade que comemorou os 40 anos de atendimento educacional especializado a esses estudantes na manhã desta quarta-feira (23). Para os autores da homenagem em plenário, deputados Chico Vigilante (PT) e Joe Valle (PDT), as políticas públicas precisam valorizar as potencialidades dos alunos especiais.

"Essas pessoas são dádivas", disse Joe Valle, ao comparar que "enquanto outros países valorizam os
superdotados, aqui, no Brasil, os pais, alunos e professores precisam ficar com pires na mão para conseguir uma sala de brinquedos". Ele afirmou que tanto ele quanto Vigilante irão se esforçar para garantir recursos para esses espaços educacionais.

Dedicada ao tema há vinte anos, a professora da Universidade de Brasília e representante do Brasil no Conselho Mundial para Crianças Superdotadas, Eunice Soriano de Alencar, disse ter testemunhado inúmeras experiências que demostram as vantagens dos investimentos voltados a esses estudantes. De acordo com a coordenadora da política de acessibilidade e inclusão do Ministério da Educação, Iêdes Braga, a "reativação das políticas de gestão para altas habilidades é uma preocupação atual do Ministério". O tema também é de interesse da Secretária de Educação do DF, segundo o secretário Júlio Gregório.

A formação continuada de professores que lidam com os superdotados é uma necessidade permanente, defenderam as professoras e pesquisadoras em educação especial, Edileusa Fernandes da Silva e Mônica Vilaça.

Dignidade para os diferentes – Diversos pais relataram suas experiências durante o encontro, entre eles Valquíria Theodoro, que é vice-presidente da Associação de Pais, Professores e Amigos dos Alunos com Altas Habilidades e Superdotação (APASHS-DF). "A dignidade para os diferentes e a legitimidade social para os nossos filhos é o que buscamos", disse Valquíria, ao destacar que o "peso emocional de ser considerado diferente pode gerar vulnerabilidade". Por isso, segundo ela, é necessária a mobilização dos pais no processo de autoaceitação dos filhos. 

CLDF