Local foi adaptado para receber os músicos. Primeira apresentação oficial no espaço ocorrerá na terça-feira (23)

Depois de passar por um período sem endereço fixo, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro ganhou um espaço para ensaios e apresentações. A partir de terça-feira (23), os músicos sobem ao palco do Cine Brasília (106/107 Sul) e oficializam o cinema, com capacidade para 620 pessoas, como casa temporária.“Será o retorno da orquestra a esse lugar, já que tocávamos nesse espaço no início de 1980”, conta o maestro titular Claudio Cohen. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Adaptações no palco e na iluminação foram necessárias, como explica o maestro titular Claudio Cohen. “Precisaram aumentar as dimensões do tablado e instalar uma iluminação direcionada, necessária para os concertos.” O proscênio (parte da frente do palco) foi ampliado em 1,5 metro, e foram feitas duas valas para refletores no teto. Os ajustes foram possíveis graças a recursos daSecretaria de Cultura, por meio de licitação, no valor de R$ 109 mil.O proscênio (parte da frente do palco) foi ampliado em 1,5 metro, e foram feitas duas valas para refletores no teto. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

“Será o retorno da orquestra a esse lugar, já que tocávamos nesse espaço no início de 1980”, conta Cohen. Segundo o maestro, ter um endereço fixo é benéfico, principalmente para fazer os ensaios, que preferivelmente devem ocorrer onde serão executados os concertos. “Também é uma forma de valorizar ainda mais o Cine Brasília”, acredita. Outro ponto positivo, de acordo com ele, é a localização. “O cinema fica em frente ao acesso para o metrô e para os ônibus, assim podemos atender ainda mais pessoas.”
Depósito para instrumentos da Sinfônica do Teatro Nacional

Com a mudança, será resolvido outro grande problema da orquestra: o deslocamento dos instrumentos. “Nosso piano de cauda, por exemplo, quase nunca é levado para as apresentações por conta do alto risco do valor do transporte”, explica Cohen.A partir de terça-feira (23), os músicos sobem ao palco do Cine Brasília (106/107 Sul) e oficializam o cinema, com capacidade para 620 pessoas, como casa temporária. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Serão guardados os instrumentos maiores como contrabaixo, tímpano, bombo, harpa, além de equipamentos como cadeiras, estantes, luminárias, tablados e protetores acústicos. Os de menor porte ficam com os músicos.

A Secretaria de Cultura, responsável pelo espaço e pela orquestra, informou que, a partir de agora, as terças-feiras ficarão restritas ao uso dos músicos. No caso dos festivais tradicionais com data marcada, como o 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, serão abertas concessões na programação, e os concertos ficam suspensos naquele local.

Sobre a necessidade da retirada de ingressos para as apresentações na nova casa, a pasta da Cultura informa que isso será definido de acordo com a demanda.

Os ensaios, assim como as apresentações da orquestra, ocorriam no Teatro Nacional. O local está fechado desde 2014 por determinação do Corpo de Bombeiros Militar e da Defesa Civil, por riscos nas instalações, que deverão ser reformadas. Até a mudança para o Cine Brasília, os músicos já passaram de forma itinerante por locais como Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental), Santuário Dom Bosco (702 Sul), Teatro dos Bancários (314/315 Sul) e Teatro Pedro Calmon (Setor Militar Urbano).
Programação de agosto no Cine Brasília

Em 23 de agosto, os músicos da orquestra apresentam o Concerto Uruguaio, com acesso livre e sem necessidade de retirar ingresso. Com apoio da Embaixada do Uruguai no Brasil, o regente titular trouxe o violinista Oscar Bohorquez, que executará, com os músicos de Brasília, o Concerto para Violino e Orquestra, de Johannes Brahms.

O programa em homenagem ao Uruguai contará com Fantasia para Violino e Orquestra, do compositor Eduardo Fabini, representando aquele país. No mesmo dia, a orquestra executa, sob o comando de Cohen, a abertura de Romeu e Julieta, de Tchaikovsky.

Fecha a agenda de agosto da sinfônica do Teatro Nacional o Panorama Percussivode Ney Rosauro, série de quatro peças escritas pelo percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos. A apresentação será em 30 de agosto, às 20 horas, e terá acesso livre. Para acompanhar o artista convidado, que dividirá a regência com Cohen, foram escalados como solistas os músicos da orquestra Marco Vidal Donato (tímpanos) e Carlos Tort (marimba) e o próprio Rosauro, que tocará vibrafone na peça Concerto para Vibrafone e Orquestra, composta por ele.

Acesse a programação de agosto.
EDIÇÃO: GISELA SEKEFF
GABRIELA MOLL, DA AGÊNCIA BRASÍLIA