A Asvecom recebeu uma critica em relação aos recentes contatos da entidade com algumas embaixadas dos países chamados de não alinhados (de extrema esquerda) e pela publicação de alguns artigos sobre estes veículos em veículos associados. Dizia o texto: 

“Uma associação de veículos comunitários de comunicação não pode continuar fazendo apologia a regimes totalitários, que não respeitam os direitos humanos, casos da Coréia do Norte, Cuba, entre outros, que são repudiados por qualquer democracia, como tem acontecido com frequência com a Asvecom. Qual o interesse nisso? Quem está por trás dessa apologia?

Não é o que entende a diretoria da Asvecom, cujos membros, de comum acordo, defendem a publicação dos artigos enviados pelas assessorias destes países como um exercício pleno e puro da maior conquista do mundo moderno: a Liberdade de Expressão.

E é o que mais os Regimes politicamente corretos dentro de seus próprios conceitos, ditos NÃO TOTALITÁRIOS e que, dentro dos critérios de cada um, RESPEITAM OS DIREITOS HUMANOS se orgulham em praticar: a boa e velha liberdade de expressão.

O que não combina é um cidadão de um país livre como o Brasil, onde se vive se prega e se defende a liberdade de expressão, fazer um comentário como este.

Não tem como uma entidade criada, fundada e consolidada em um regime democrático, de liberdade de expressão e direito de ir e vir, censurar ou pautar os veículos de comunicação comunitária associados, que foram muito bem recebidos pelos representantes e adidos culturais das Embaixadas da Coreia do Norte, do Irã, da Rússia e de outros considerados “Regimes totalitários”, que procuraram os jornais para, segundo eles, fazer divulgação dos aspectos favoráveis de seus países?

Reparem bem: aspectos favoráveis.

Nenhum dos adidos culturais ou contatos comerciais destes países, (que diga-se de passagem, todos tem representação diplomática no Brasil) pediu ou exigiu que a Asvecom ou seus associados façam absolutamente nada ilegal, inconstitucional, imoral ou antipatriótico que justificasse qualquer tipo de preocupação da sociedade, da justiça ou autoridades brasileiras. 

As perguntas (Qual o interesse nisso? Quem está por trás dessa apologia?) chegam a soar ofensivas dentro do contexto do comentário. 

Como diretor presidente da Asvecom, testemunho que vivi e sofri nos anos 70/80 a paranoia do comunismo, onde qualquer pessoa que fizesse o uso da palavra para criticar, denunciar ou qualquer outra coisa que contrariasse o “regime legal” vigente era perseguido pelo DOPS como comunista (alguns até sumiam nas sombras da noite).

A imagem que se passa dos países alinhados junto às culturas de extrema esquerda também não são as melhores. O que acontece nos países ocidentais, os ditos imperialistas, também são difundidos com conotação negativa, distorcidas e irreais.

O nosso país é um forte exemplo deste tipo de distorção midiática. 

Em alguns países (inclusive nos EUA) alguns cidadãos acreditam que aqui no Brasil as mulheres andam seminuas nas ruas, em cidades violentas com tráfico a céu aberto, no meio da selva e que a única coisa que tem de valor por aqui é o futebol e o carnaval. Para muita gente de fora do país a sociedade brasileira é corrupta, permissiva, aculturada e não confiável (eu sei, já vivi isso).

Por isso, defendo sempre que o cidadão que fecha os seus ouvidos baseado em conceitos externos pode estar, sem perceber, sendo “conduzido”.

Para estas pessoas e para quem fez a critica a nossa politica de abertura de espaço para livre manifestação e total liberdade de expressão, fica um conselho : 

“Inteligente é aquele que só acredita na metade das coisas que escuta.

Sábio é o que acredita na metade certa”.

Por isso, revejam seus conceitos e acreditem nesta verdade: A ASVECOM não está e nunca esteve fazendo apologia a regimes totalitários que não respeitam direitos humanos, nem de direita, nem de esquerda e nem das democracias que, antidemocraticamente, os repudiam.

Em tempo: nenhum associado é obrigado a publicar os artigos das embaixadas. Os que o fazem , o fazem por liberdade expressão....

*Edvaldo Brito