Abrantes aponta desmonte da Polícia Civil

O deputado Cláudio Abrantes (sem partido) criticou a situação da segurança pública do Distrito Federal, durante pronunciamento na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (14). Na opinião do parlamentar, a situação beira o caos. Abrantes acusou o governo de promover um desmonte da polícia civil.

O deputado informou que esteve na 38ª DP, em Vicente Pires, e comprovou a "irresponsabilidade do GDF", que gastou milhões em um prédio moderno, mas só conta com duas dezenas de profissionais para cuidar de toda a cidade. Segundo ele, "quem vai pagar o preço deste desmonte é a população".

Abrantes destacou que apesar da falta de diálogo com o governo e do desmonte a polícia civil do DF continua sendo a melhor do Brasil. O distrital lembrou feitos da corporação ao longo dos últimos anos e ressaltou que o efetivo atual é menor do que o de 1993.

Vulnerabilidade – O deputado Rodrigo Delmasso (Podemos) ocupou a tribuna nesta terça-feira para chamar a atenção dos colegas sobre o que classificou de "vulnerabilidade social dos jovens do DF". De acordo com o deputado, os jovens estão cada vez mais envolvidos com as drogas, seja como usuário ou no próprio tráfico.

Para ele, esta situação decorre do abandono do Estado, segundo relatos de várias famílias. "Infelizmente a estrutura do Estado não consegue alcançar estas famílias para dar dignidade, por meio de emprego, educação e outras políticas públicas", avaliou.

Na opinião do distrital, os jovens a cada dia mais se sentem abandonados e só encontram oportunidade na criminalidade. "O Estado é frio e não se preocupa com as pessoas e nem em oferecer dignidade para a família", completou.

Omissão – Já o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) lamentou a omissão do Estado na prestação dos direitos sociais básicos previstos na Constituição, com o acesso à Educação. O deputado disse que um grupo de alunos do Centro de Ensino Médio nº 11 de Samambaia não encontraram apoio do governo para se inscrever no Programa de Avaliação Seriada (PAS) da UnB, mesmo sem ter condições financeiras.

Segundo ele, professores e a direção da escola fizeram uma "vaquinha" e conseguiram arrecadar recursos para as inscrições de 32 alunos. Veras parabenizou os professores da escola pela iniciativa, mas ressaltou que isto deveria ser dever do Estado.

O distrital criticou a falta de sensibilidade do governo, que, segundo ele, "não se preocupa sequer com a participação dos alunos da rede pública nos processos de seleção". De acordo com o parlamentar, a isenção da inscrição para os alunos sem condições financeiras foi extinta no atual governo por causa da burocracia e das exigências estabelecidas para ter o benefício.

Luís Cláudio Alves
Fotos: Carlos Gandra
Comunicação Social – Câmara Legislativa